sábado, 12 de novembro de 2011

Sutra do Coração - Além, mais além, sempre além...




OM, homenagem à venerável perfeição da sabedoria!


O bodhisattva Avalokiteshvara, em profunda meditação Prajna Paramita 
viu claramente a vacuidade da natureza dos cinco agregados 
e libertou-se da dor.


Ó Shariputra, forma não é senão vacuidade,
Vacuidade não é senão forma;

Forma é precisamente vacuidade,
Vacuidade precisamente forma.
Sensação, percepção, reação e consciência,
São também assim.

Ó Shariputra, todas as coisas são expressões da vacuidade.
Não nascidas, não destruídas; não maculadas, não puras,
Sem crescimento nem declínio.
Assim na vacuidade não há forma,
Sensação, percepção, reação nem consciência;
Não há olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente;
Não há cor, som, odor, sabor, tato, objeto;
Não há campo de visão nem campo de consciência;
Não há ignorância nem fim da ignorância.
Não há velhice e morte nem cessação da velhice e da morte;
Não há sofrimento nem causa do sofrimento.
Não há caminho, não há sabedoria nem proveito.

Sem proveito – assim os Bodhisattvas vivem esta Prajna Paramita
Sem obstáculos na mente.
Sem obstáculos e por isso sem medo.
Muito para além das ilusões, Nirvana é aqui.
Todos os Budas passados, presentes e futuros vivem esta Prajna Paramita
E alcançam a suprema, perfeita iluminação.

Por isso deves saber que Prajna Paramita é o sagrado mantra;
O mantra de grande sabedoria, o melhor mantra.
O mantra luminoso, o mantra supremo,
O mantra incomparável
Que dissipa todo o sofrimento.
Isto é verdade.
Por isso pratica o mantra da Prajna Paramita
Pratica este mantra e proclama:

GATE GATE PARAGATE PARASAMGATE BODHI SVAHA!

Isto completa o Coração da Venerável Perfeição da Sabedoria.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O importante é AMAR INCONDICIONALMENTE




A compreensão do que significa a tão famosa palavra "Amor" difere dependendo do nível de expressão que cada pessoa consegue manifestar desse amor, pois é uma palavra que foi contaminada em nosso planeta, assim como a palavra "Deus" e a todas as palavras que antes eram tidas como sagradas e que não eram proferidas de qualquer maneira.


Ainda hoje se ouve dizer: "Não diga o nome de Deus em vão", mas esse nome do Altíssimo é proferido de forma automática/mental e sem sinceridade, sem ser de verdade, de coração, e mesmo sem uma compreensão do que seja esse "Deus", apenas por simples crença ao invés de uma experiência direta. 


Mas o que realmente importa é que possamos compreender o significado de AMOR INCONDICIONAL, sinônimo de AMOR DIVINO, AMOR VERDADEIRO, e essa compreensão não é meramente mental/intelectual, em primeiro lugar essa compreensão é uma identificação correta com o Ser Divino que em realidade somos, pois o Ser Eterno e o Amor são também sinônimos, assim como a Verdade.


Nosso Ser Real não é o ego/mente, pois este só pode ter uma noção muito pobre e limitada, que difere em grau infinito do que é o Amor Verdadeiro, o que o ego entende por amor é na verdade apego, ele só pode amar se for amado, só gosta de quem gosta dele, só é amável com quem é amável e concorda com ele, só ajuda quem o ajuda e etc, ele está ao sabor de seus próprios interesses egoicos, não podendo ultrapassar sua concepção do que é o amor.


Portanto, mesmo se nós cremos em tal Amor Divino mas não o manifestamos, de nada adianta, pois ainda estamos no mesmo nível de quem nem mesmo crê em tal possibilidade de Amor. Se não conseguimos "Amar a quem nos odeia, Bendizer a quem nos maldiz, Fazer bem ao que nos faz mal" e ainda que possamos CRER em tal Amor Maior, ainda sim há um uma grande diferença entre CRER e SER, e de nada adianta admirarmos Mestres Espirituais com a capacidade para Amar Divinamente, se por nós mesmos não buscarmos seguir seus ensinamentos para sermos como Eles.


Enquanto não nos identificarmos corretamente com nosso Eu Verdadeiro, pois somos Espírito, e continuarmos a nos identificar com nosso eu falso, o ego/mente, sofreremos a infelicidade de sentir apenas um amor murcho, pobre, inquietante e limitadíssimo pois é finito. 


Ao passo que se nos identificarmos corretamente com nosso Eu Superior, gozaremos da felicidade sutil de sentir Amor Incondicional, Divino e Vivificante, Riquíssimo, Pacífico e Ilimitado pois é Infinito.


Cada palavra sagrada foi contaminada pela nossa mente inferior, ou seja, quando no âmbito do ego/mente cada um tem uma definição, obtida através de um entendimento limitado provindo da mente coletiva, do que é "Amor", "Deus", "Verdade" e etc... Para o ego/mente "Amar" tem o mesmo significado que "Gostar", e as pessoas/objetos/sensações que essas pessoas dizem que amam, na verdade são pessoas/objetos/sensações a que elas são apegadas, e isso nunca poderá ser Amor Verdadeiro, pois o apego destrói a possibilidade do Amor Real, pois este liberta, jamais prende, é puro e desinteressado.


Só o Amor Incondicional pode ser considerado Amor de verdade, pois ele não prende, ao contrário, liberta, e não está sujeito ao "gostar/não gostar", pois não tem condições para amar, é livre, puro e desinteressado. É este Amor que devemos buscar sentir, pois só Ele pode nos livrar de nossos apegos e nos libertar do sofrimento de manter nossa consciência no ego/mente.


Este Amor é o Amor Real, o Amor de Cristo, de Buda, de Ramakrishna, de Ramana Maharshi e de todos os seres que se identificam corretamente com seu Ser Real e reconhecem que são Divinos, percebendo com Amor Incondicional todos os seres e toda a existência, por isso é que não há condições para amar, pois quem Ama, o Amor e o Amado são uma só e a mesma coisa.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Compreensão que Transcende





Para compreender melhor a realidade, nós precisamos ir além de nossa mente/ego, pois quanto mais puros os canais por onde flui a percepção, melhor compreensão haverá.
Se nossa intenção for sincera, seremos humildes perante a Sabedoria que rege a existência e jamais abrigaremos o desejo de convencer ninguém de qualquer ponto de vista, pois já disse Sócrates: "O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância."

Nan-In, um mestre japonês durante a era Meiji (1868-1912), recebeu um professor de universidade, que veio lhe inquirir sobre Zen. Este iniciou um longo discurso intelectual sobre suas dúvidas.
Nan-In, enquanto isso, servia o chá. Ele encheu completamente a xícara de seu visitante, e continuou a enchê-la, derramando chá pela borda.
O professor, vendo o excesso se derramando, não pode mais se conter e disse:
"Está muito cheio! Não cabe mais chá!"
"Como esta xícara," Nan-in disse, "você está cheio de suas próprias opiniões e especulações. Como eu posso lhe demonstrar o Zen sem que você primeiro esvazie sua xícara?"

Este pequeno conto oriental demonstra precisamente a necessidade da RECEPÇÃO de quem quer aprender estar LIVRE E DESIMPEDIDA de conceitos e de respostas já esperadas, pois de outra forma seria impossível uma compreensão verdadeira.
O intenção de quem quer RECEBER deve ser IGUAL de quem quer DOAR, pois alguém pode ter a intenção sincera de transmitir algo, mas se quem supostamente quiser aprender não tiver a mesma intenção para receber a informação livre de idéias pré concebidas, se sua "xícara não estiver vazia" de nada adiantará.
Logicamente que ter a intenção de explicar algo a quem não perguntou nada é molestar essa pessoa com informação que não pediu.
Portanto o silêncio é característica de quem não quer amolar os outros, e quando a pessoa que pergunta se mostra na realidade não interessada de verdade na resposta, somente o silêncio é a melhor resposta, pois "em xícara cheia não cabe mais chá".


Por outro lado, se a pessoa está realmente interessada na resposta, ela terá uma atitude totalmente diferente, sendo verdadeiramente humilde e se colocando numa postura RECEPTIVA para poder absorver tudo o que tiver capacidade no momento."Só sei que nada sei" é a atitude correta e natural.


E da mesma maneira que alguém que quer aprender sobre algum assunto mais complexo ou profundo, deve primeiramente se APROFUNDAR no assunto para poder ter uma compreensão melhor, quem está realmente interessado em respostas profundas e não superficiais deve estar aberto a um aprofundamento de visão necessário para uma compreensão que transcende a visão comum e superficial.


Lembrando sempre que nossa ignorância é momentânea, e que quando finalmente decidirmos em nosso interior esclarecer nossas dúvidas, é o início da sabedoria.


E cai em erro quem acredita que quem tem profundidade de visão seja arrogante, pelo contrário, o verdadeiro sábio só pode ser humilde e amoroso, enquanto o não-sábio, esse sim se arroga mais conhecedor da vida do que os outros, pois acredita que a sabedoria está em seus conhecimentos relativos, em sua erudição e em seu "status" perante a sociedade.


O verdadeiro sábio sabe que existem níveis de percepção da realidade, por isso mesmo nada julga, apenas vê os fatos e a vida como ela se apresenta, em sua totalidade. E sabe que só quem está pronto para uma compreensão mais profunda, irá se desapegar de sua compreensão ultrapassada.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

16 Versos


Aquilo que vem do coração é puro e desinteressado;

Sincero e cristalino;

Se importando mais em amar do que em ser amado;

Isso é felicidade e gera harmonia.


A compreensão que surge ao simplesmente contemplar a vida;

Tal como ela é;

É repleta de paz e compaixão;

Visão imparcial, neutralidade.


O discernimento gera o desapego dos frutos das ações;

Isso é inalterável bem-aventurança;

Equanimidade de percepção;

Amor incondicional.


A integração da multiplicidade em perfeita harmonia;

Revela além da dualidade, onde há paz incomensurável;

A eterna verdade simplesmente é;

A Unidade do Ser.

(Fotos do Sagrado Monte Arunáchala em Thiruvannamalai - Índia)

sábado, 23 de julho de 2011

Sri Ramana Maharshi - Perguntas e Respostas


( Parte do texto http://grandeuniao.com.br/texsite/omundo.pdf , que está disponível no site http://grandeuniao.com.br/ramana.html )

Pergunta: Se Deus é perfeito, por que ele criou o mundo imperfeito? A obra compartilha da natureza do autor. Mas com o mundo não é assim.

Resposta: Quem é que levanta essa questão?

Pergunta: Eu, o indivíduo.

Resposta: Isso é sinal de ignorância. O mesmo poder que criou o mundo pode cuidar dele. Você faz essa pergunta porque se sente separado do divino. Enquanto considerar-se como o corpo, você verá o mundo como exterior, e a imperfeição aparecerá em você. O divino é a perfeição. Mas você vê o mundo como imperfeito por causa de sua identificação incorreta.

Pergunta: Está o mundo progredindo, atualmente?

Resposta: Se nós progredirmos, o mundo também progredirá. Ninguém lhe pediu para fechar os olhos ao mundo. Se você achar que é o corpo, o mundo lhe aparecerá como exterior. Mas quando você se identifica com o Ser, o mundo lhe aparece como Brahman. É errado imaginar que há o mundo, que nele há um corpo e que você é esse corpo. Se a Verdade for conscientizada, o universo e o que fica além dele será descoberto como estando somente no Ser. O modo de ver varia segundo o olho da pessoa. A visão vem do olho. Se você vir com os olhos densos, você encontrará outros seres densos. Se vir com olhos sutis, os outros parecerão sutis. Nada mais há para se ver diferente do Ser. Sem conscientizar-se do Ser Supremo, não há razão para compreender o mundo. Sem a autocompreensão, a compreensão do mundo torna-se sem significado. Mergulhe profundamente em você mesmo, no lado direito do peito, e veja o mundo através dos olhos do Ser Supremo.

Pergunta: Se o mundo é um vale de lágrimas, como suportá-Io?

Resposta: As pessoas conscientes do Ser Ihe disseram que o mundo é insuportável? É você que sente a dor e que procura a ajuda dos sábios afirmando que o mundo é um inferno. O sábio Ihe explica, então, que se você dedicar-se sinceramente a prática da meditação e da devoção seus sofrimentos acabarão.

Pergunta: Por que o Ser se manifestou então sob a forma deste mundo de misérias?

Resposta: O Ser é o manifestador imanifestado. Quem Ihe disse que ele está manifestado? Seus olhos não podem ver-se. Mas coloque-se diante de um espelho e eles poderão enxergar-se. Acontece o mesmo com a criação. Veja a si mesmo primeiramente e em seguida você verá que não existe nada além do Ser Supremo.

sábado, 16 de julho de 2011

Gratidão



Sou grato pela vida

Sou grato por todos os seres

Sou grato por todos os momentos

Sou grato pela paz

Sou grato pelo alimento

Sou grato pelo abrigo

Sou grato pela existência

Sou grato pela oportunidade

Sou grato pela aventura

Sou grato pela alegria

Sou grato pela compreensão

Sou grato pelo afeto

Sou grato pela liberdade

Sou grato pela natureza

Sou grato por poder agradecer

Sou grato pela experiência

Sou grato por tudo

terça-feira, 21 de junho de 2011

Tempo sem tempo (Fim dos tempos)



Para que pensar?

Se o respirar

Irá chamar

Minha atenção



E me inspirar

A um novo olhar

Além da nossa

Velha ilusão



Confio em Ti

Ó Vida bela

Desconfio do ego

Que não é servo dela



Parando com tudo

Enquanto nada pára

Observo parado

No meio do nada



À toda gente

A vida, com amor abençoa

Até mesmo nossos irmãos maldizentes

Que ainda odeiam, atoa



Hora estranha essa

Que é o tempo sem tempo

Com tempo pra tudo e ao mesmo tempo pra nada

No começo do fim dos tempos



Pois concordo contigo

Em discordar

De toda ilusão e maldade

Que tem de, e tende a acabar

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Não sou isto, não sou aquilo...



Eu não sou isto, e não sou aquilo;

Não sou este corpo, e minha origem não é o país onde este corpo nasceu;

Não sou a cor da pele deste corpo, nem nenhum de seus atributos, muito menos a "classe social" a qual dizem que este corpo pertence; 


Não pertenço a nada, e nada me pertence;

Minha consciência não me permite tomar partido, ser isto ou aquilo;

Não vejo inimigos, porém possa haver quem veja um inimigo em mim;

Estão apenas cegos, não me enxergam já que não enxergam a si mesmos;

Seus olhos vêem apenas um corpo, pois julgam-me tal como vêem a si mesmos, algo igual a seus corpos, esquecidos da leveza e pesados de julgamentos;

Mas não sou isto, e não sou aquilo;

Não sou esta mente pensante, que analisa e julga sem verdadeira sabedoria, obscurecida por conhecimentos relativos que jamais serão absolutos;

Não possuo nada, nem deixo de aparentar possuir algo;

Mas não sou quaisquer pensamentos, sejam de quem for; 

Nem sou quaisquer emoções que passam através de mim ou de quem for;

Não sou nomes, nem idades;

Nenhum tempo, ou julgamento;

 Nem isto, nem aquilo;

Sou o que sou;

Livre de todas as palavras, conceitos e definições;

Algo indefinido em si mesmo, eternamente livre;

De natureza desapegada, puro contentamento pacífico;

Amor incondicional, sempre presente;

Sem começo, nem fim;

Vida imortal

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Felicidade = Amor = Compreensão



Só poderemos ser felizes, se vivermos com inesgotável amor em todos os momentos;

Só poderemos viver com amor, amando a vida e tendo compreensão por todos os seres;

Só poderemos compreender os seres, se não fizermos julgamentos a seu respeito e se desejarmos de verdade a sua mais perfeita felicidade;

Pois só poderemos ser felizes, se vivermos com inesgotável amor...

domingo, 22 de maio de 2011

União




Somos todos seres eternos, atemporais, pois vivemos desde sempre;

No entanto, uns são mais jovens, outros mais antigos em suas experiências;

Em incontáveis formas e manifestações, sempre estivemos aprendendo como viver melhor e mais harmonicamente;

Dores e tristezas, prazeres e alegrias sempre foram nossos companheiros;

Nós experimentamos tanto a dualidade da existência, que acabamos por esquecer de que sempre existiu a Unidade;

Unidade essa que é nossa verdadeira Morada, nosso verdadeiro Lar;

É dela que viemos, e se aguçarmos nossa percepção, perceberemos que é onde nós sempre estivemos;

Nosso verdadeiro Ser sempre viveu em Unidade com a existência;

E agora, é chegado o tempo da conscientização da Unidade Essencial de todos os seres;

Estamos caminhando juntos para o conhecimento de nós mesmos, de nosso verdadeiro Ser;

Este Ser é sagrado, e não vê diferenças, pois transcende a tudo;

Este Ser vive em pura harmonia com toda a existência, sempre consciente da perfeição que rege os Multi-Versos e as Dimensões;

Que a consciência da Unidade de nós mesmos com a própria Vida seja percebida e realizada por todos os seres;

Que a sacralidade da existência seja naturalmente manifestada, com plena sabedoria;

Para que possamos viver todos juntos, em puro contentamento, uma existência pacífica, novamente experimentando a eternidade como crianças.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Viver, Aprender, Sorrir e Seguir... - Por Wagner Borges



Se nós, que estudamos assuntos espirituais, objetivando uma evolução consciencial, somos constantemente assolados por pensamentos negativos e emoções confusas, imagine aqueles que nem mesmo sabem disso.
Precisamos ter mais compreensão, lucidez e bom humor com as pessoas e também com nós mesmos. Afinal, vivemos no mesmo planeta, e apesar das diferenças de pontos de vista de cada um, somos filhos da mesma LUZ. Isto é, somos irmãos, se não em opiniões, pelo menos em essência espiritual.
Quando nossos corpos densos caírem, viveremos em corpo sutil em outros planos... E, mais além, ao longo da evolução, acessaremos estados de consciência pura em níveis extrafísicos sem forma, plenos de serenidade e amor real. Porém, nosso lugar no momento é a Terra. Mesmo que a experiência daqui seja dura, é o nosso lugar de aprendizado.
Vivenciar as experiências da vida e ainda acrescentar nelas boas doses de radicalismo e mau humor é colocar mais peso nas provas diárias.
Baseado nisso, estudar assuntos espirituais, aumentar a compreensão e melhorar a lucidez e o bom humor são maneiras de melhorar nosso rendimento na escala terrestre.
Como dizia o mestre Aïvanhov*: O verdadeiro espiritualista é aquele que sabe trabalhar sobre suas dificuldades para delas fazer pedras preciosas.
Resumindo: é a nossa vez de viver, aprender, sorrir e seguir...
Então, vamos fazer valer a pena.
Sim, e que o Grande Arquiteto Do Universo nos inspire para o melhor.

- Notas:
* Omraam Mikael Aivanhov (1900-1986) - mestre espiritualista búlgaro, que morou a maior parte de sua vida na França, onde fundou a Fraternidade Branca Universal (não confundir com a Fraternidade Branca do Himalaia). É um dos mentores espirituais dos trabalhos do IPPB.
Mais informações sobre o seu trabalho podem ser conseguidas em nosso site – www.ippb.org.br -, no seguinte endereço específico:
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6570&Itemid=258 – e também na coluna que contém as suas mensagens espiritualistas:
http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9619&Itemid=259
** Enquanto eu passava essas linhas a limpo, lembrei-me de um texto do inspirado padre Anthony de Melo. Segue-se o mesmo na sequência.

O SENHOR VISHNU

- Por Anthony de Mello –

O senhor Vishnu* estava tão farto das contínuas petições do seu devoto que, um dia, apareceu diante dele e lhe disse: Decidi conceder-lhe as três coisas que você deseja pedir-me. Depois não voltarei a atendê-lo em mais nada.
Cheio de alegria, o devoto fez o seu primeiro pedido sem pensar duas vezes. Pediu que sua mulher morresse, para que pudesse se casar com uma melhor. Seu pedido foi imediatamente atendido.
Mas, quando seus amigos e parentes se reuniram para o funeral e começaram a recordar-se das boas qualidades da finada esposa, o devoto caiu em si e conclui que havia sido um pouco precipitado. Agora reconhecia que havia sido absolutamente cego às virtudes da mulher. Por acaso, será que era mais fácil encontrar outra mulher tão boa como ela?
De maneira que, pediu ao Senhor que a ressuscitasse.
Com isso, só lhe restava um pedido a fazer. E estava decidido a não cometer um novo erro, porque, desta vez, não teria possibilidade de remediá-lo.
Pediu, então, conselho aos demais.
Alguns amigos o aconselharam a pedir a imortalidade. Mas, de que serviria a imortalidade – disseram-lhe os outros –, se não tinha saúde? E de que lhe serviria a saúde, se não tivesse dinheiro? E de lhe que serviria o dinheiro, se não tivesse amigos?...
Passaram-se os anos e ele não podia determinar o que deveria pedir: vida, saúde, riquezas, poder, ou amor?...
Por fim, suplicou ao Senhor: Por favor, aconselha-me. O que devo pedir?
O senhor riu ao ver os apuros do pobre homem, e lhe disse:
Pede para que você seja capaz de contentar-se com tudo o que a vida lhe ofereça, seja lá o que for...

- Nota de Wagner Borges: Anthony de Mello (Bombaim, 4 de Setembro de 1931 — Nova York, 2 de Junho de 1987) foi um padre jesuíta e psicoterapeuta que se tornou conhecido por seus escritos sobre espiritualidade em que mesclava a doutrina judaico-cristã aos conceitos orientais do Budismo e do Hinduísmo. Muitos de seus contos portam aquela atmosfera da sabedoria oriental, em que os ensinamentos de Buda, Krishna, e Lao-Tzé se fundem numa síntese maravilhosa com os ensinamentos de Jesus. E por essa abordagem universalista, muitos de seus escritos inspirados são citados e reproduzidos por diversos autores, seja em livros ou pela Internet.
Esse texto sobre Vishnu e os pedidos do devoto encerra uma grande lição: o ser humano não sabe o que quer realmente!
Talvez, lendo esse conto inspirado, nós possamos agradecer mais ao Senhor da vida, em lugar de ficar enchendo o seu saco divino com nossos pedidos mesquinhos e nossas ilusões sensoriais.

- Nota do texto:
* Vishnu - do sânscrito - literalmente, é o "Todo-Interpenetrante". Na trimurti hinduísta, Vishnu é um dos aspectos do Divino (Brahma, Vishnu e Shiva). É o Senhor do Amor que viaja no coração espiritual de todos os seres. Ele também é conhecido como Narayana, o protetor divino, e o seu mantra mais conhecido é Om Namo Naraya Naya. O seu bija-mantra (mantra semente) é "Hari Om".

( Retirado do site http://www.stum.com.br/ta10851 )

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Shaolin Movie Theme - Wu (Awakening/Enlightenment)





An unconditional heart brings great blessings with no boundary
Without boundaries, our fragile lives are all connected through love
Why do you turn a blind eye and let yourselves be restricted by the status quo?
Willingly, i finally come to my senses to realize my character and my emptiness


Let go of your inverted dreams, let go of the things which will one day fade away
Let go of your leisure, desire, pleasure, and let go of suspense
With one more thing in hand, more danger will follow
With less things, greed will lessen as well


If this is fate, no matter how bitter life can be you are always contented
Yet if it isn't, just bury this love in your heart
In this live of ours, everything's interconnected, and it takes only a split second to look back
Let me plant a seed of good will and walk down this road of life together with you


Only someone whose heart is not bounded can accomplish great things
Only someone whose heart does not have a story is indigenous above all
I've considered heaven and earth, and i've considered everything from my past
Yet i still cannot make out the days of life and death


Do not hate your eyes wich deceive you
Do not resent, for happiness is not far away
As thoughts are built around your desires, it only takes a split second to decide between good and evil
With a heart of repentance, let me walk down this road of life together with you


No matter how firm your lies may be, they cannot escape the eyes of God
Before dawn, your heart is being dragged further away
As the clouds are able to blind our eyes in an instant, so do human hearts change
Bitterness have been accumulated since long before, and is bound to keep coming


An unconditional heart brings great blessings with no boundary
Without boundaries, our fragile lives are all connected through love
Yet human beings turn a bling eye and let themselves be restricted by the status quo
Willingly, i finally come to my senses to realize my character and my emptiness


In pure simplicity, let me down this road of life together with you


(http://kikkimayo.typepad.com/blog/2011/01/lyric-translation-%E6%82%9Fwu%E5%88%98%E5%BE%B7%E5%8D%8E-andy-lau.html)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Oito Versos que Transformam a Mente



(Do livro The Union Of Bliss And Emptiness - Por Dalai Lama)

Vou agora ler e explicar brevemente um dos mais importantes textos sobre a transformação da mente, Lojong Tsigyema (Oito Versos que Transformam a Mente). Este texto foi composto por Geshe Langri Tangba, um bodisatva bastante incomum. Eu próprio o leio todos os dias, tendo recebido a transmissão do comentário de Kyabje Trijang Rinpoche.


1. Com a determinação de alcançar
O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,

Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,
Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.


Aqui, estamos pedindo: "Possa eu ser capaz de enxergar os seres como uma jóia preciosa, já que são o objeto por conta do qual poderei alcançar a onisciência; portanto, possa eu ser capaz de prezá-los e estimá-los."

2. Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender
A pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas,
E, com todo respeito, considerá-las supremas,
Do fundo do meu coração.


"Com todo respeito considerá-las supremas" significa não as ver como um objeto de pena, o qual olhamos de cima, mas, sim, as ver como um objeto elevado. Tomemos, por exemplo, os insetos: eles são inferiores a nós porque desconhecem as coisas certas a serem adotadas ou descartadas, ao passo que nós conhecemos essas coisas, já que percebemos a natureza destrutiva das emoções negativas. Embora seja essa a situação, podemos também enxergar os fatos de um outro ponto de vista. Apesar de termos consciência da natureza destrutiva das emoções negativas, deixamo-nos ficar sob a influência delas e, nesse sentido, somos inferiores aos insetos.

3. Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente
E, sempre que surgir uma emoção negativa,
Pondo em risco a mim mesmo e aos outros,
Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.


Quando nos propomos uma prática desse tipo, a única coisa que constitui obstáculo são as negatividades presentes no nosso fluxo mental; já espíritos e outros que tais não representam obstáculo algum. Assim, não devemos ter uma atitude de preguiça e passividade diante do inimigo interno; antes, devemos ser alertas e ativos, contrapondo-nos às negatividades de imediato.

4. Vou prezar os seres que têm natureza perversa
E aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,
Como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,
Muito difícil de achar.


Essas linhas enfatizam a transformação dos nossos pensamentos em relação aos seres sencientes que carregam fortes negatividades. De modo geral, é mais difícil termos compaixão por pessoas afligidas pelo sofrimento e coisas assim, quando sua natureza e personalidade são muito perversas. Na verdade, essas pessoas deveriam ser vistas como objeto supremo da nossa compaixão. Nossa atitude, quando nos deparamos com gente assim, deveria ser a de quem encontrou um tesouro.

5. Quando os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa,
Ou a insultarem e caluniarem,
Vou aprender a aceitar a derrota,
E a eles oferecer a vitória.


Falando de modo geral, sempre que os outros, injustificadamente, fazem algo de errado em relação à nossa pessoa, é lícito retaliar, dentro de uma ótica mundana. Porém, o praticante das técnicas da transformação da mente devem sempre oferecer a vitória aos outros.

6. Quando alguém a quem ajudei com grande esperança
Magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,
Vou aprender a ver essa outra pessoa
Como um excelente guia espiritual.


Normalmente, esperamos que os seres sencientes a quem muito auxiliamos retribuam a nossa bondade; é essa a nossa expectativa. Ao contrário, porém, deveríamos pensar: "Se essa pessoa me fere em vez de retribuir a minha bondade, possa eu não retaliar mas, sim, refletir sobre a bondade dela e ser capaz de vê-la como um guia especial."

7. Em suma, vou aprender a oferecer a todos, sem exceção,
Toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,
E a tomar sobre mim, em sigilo,
Todos os males e sofrimentos daqueles que foram minhas mães.


O verso diz: "Em suma, possa eu ser capaz de oferecer todas as qualidades boas que possuo a todos os seres sencientes," — essa é a prática da generosidade — e ainda: "Possa eu ser capaz, em sigilo, de tomar sobre mim todos os males e sofrimentos deles, nesta vida e em vidas futuras." Essas palavras estão ligadas ao processo da inspiração e expiração.
Até aqui, os versos trataram da prática no nível da bodhicitta convencional. As técnicas para cultivo da bodhicitta convencional não devem ser influenciadas por atitudes como: "Se eu fizer a prática do dar e receber, terei melhor saúde, e coisas assim", pois elas denotam a influência de considerações mundanas. Nossa atitude não deve ser: "Se eu fizer uma prática assim, as pessoas vão me respeitar e me considerar um bom praticante." Em suma, nossa prática destas técnicas não deve ser influenciada por nenhuma motivação mundana.

8. Vou aprender a manter estas práticas
Isentas das máculas das oito preocupações mundanas,
E, ao compreender todos os fenômenos como ilusórios,
Serei libertado da escravidão do apego.


Essas linhas falam da prática da bodhicitta última. Quando falamos dos antídotos contra as oito atitudes mundanas, existem muitos níveis. O verdadeiro antídoto capaz de suplantar a influência das atitudes mundanas é a compreensão de que os fenômenos são desprovidos de natureza intrínseca. Os fenômenos, todos eles, não possuem existência própria — eles são como ilusões. Embora apareçam aos nossos olhos como dotados de existência verdadeira, não possuem nenhuma realidade. "Ao compreender sua natureza relativa, possa eu ficar livre das cadeias do apego."
Deveríamos ler Lojong Tsigyema todos os dias e, assim, incrementarmos nossa prática do ideal do bodisatva.