sábado, 1 de janeiro de 2011

MAIS UMA ORAÇÃO DA PRESENÇA - Por Wagner Borges



(Com Alma Celta e Coração Lindo)*

Que você sempre tenha a mente aberta, para jamais estratificar os seus pensamentos em pontos de vista cristalizados no radicalismo.
Que você seja capaz de escutar o que o seu coração quer dizer.
Que você não pise em ninguém e, pelo contrário, estenda a mão para ajudar os seus irmãos em prova.
Que você jamais acalente a mágoa e o ódio, mesmo diante do aguilhão da ingratidão dos homens, porque isso escureceria o seu coração.
Que você não perca a sua inocência primordial, que nada tem a ver com a idade do seu corpo, mas com a sua própria essência espiritual.
Que um Grande Amor habite em seu coração, como um presente do Céu.
Que, mesmo que os dias anteriores tenham sido difíceis, você ainda se levante e venere a luz do novo dia como uma dádiva.
Que você saiba amar, sem se anular e sem se perder e também sem medo de compartilhar o seu coração com o Ser amado.
Que você não dependa de alguém para ser feliz; porém que você saiba que sua viagem pela vida pode ser linda com alguém ao seu lado.
Que, ao envelhecer fisicamente, você tenha a sabedoria de fazer a colheita de tudo de bom que plantou, sem se lamentar...
Que você jamais deixe de sonhar, mas que tenha o discernimento para estar com os pés no chão, sem perder a realidade de vista.
Que você não deixe a arrogância sequestrar a sua simplicidade, e nem que o mal conquiste o seu Ser.
Que você ore com alegria e gratidão, sabendo que a Presença escuta o seu coração.
Que você tenha a coragem de viver um Grande Amor, sem as barreiras do seu ego, e sinta-se honrado (a), por amar e ser amado.
Que você não permita que poder algum do universo, humano ou espiritual, possa roubar sua luz e tirar sua alegria.
Que você, mesmo com o materialismo do mundo tentando asfixiar os seus valores espirituais, jamais traia o seu coração, porque isso seria a maior das perdas.
Que, diante da dor de uma perda, você saia vencedor de si mesmo e continue vivendo com garra e alegria, na força do seu próprio espírito imortal.
Que você ame aos seus filhos, incondicionalmente, assim como a Presença o ama.
Que você beije com gosto, não com carência ou medo, e saiba que toda relação inclui uma fusão de energias entre os parceiros (e que você tenha a sabedoria de se envolver com alguém na luz).
Que, de vez em quando, você se pergunte o que seria de sua vida, se não houvesse boa música no mundo?...
Que você saiba que os seus animais de estimação são seus parceiros de viagem (mesmo quando estão velhinhos e adoentados); são presentes da Presença, para alegrar sua vida.
Que você honre aos seus pais e avós e jamais os desampare na velhice.
Que a Luz do Eterno se revele em seu coração e lhe dê a certeza da imortalidade da consciência.
Que, mesmo sem ser poeta, você seja capaz de ver a poesia nas coisas da vida: na alegria das crianças; num lindo pôr de sol; no desabrochar das flores; e no olhar de quem você ama...
Que você olhe para as estrelas, e ainda se emocione com a beleza do zimbório celeste (que repousa nas mãos do Ancião dos Dias).
Que você aprecie um dia ensolarado e agradeça a festa da luz na atmosfera, e saia cantando a vida...
Que você aprecie uma noite enluarada e deixe sua consciência viajar por aí...
Que você voe, em espírito, e comungue com as estrelas, mas, sem deixar de escutar o som dos passos da formiga.
Que você agradeça à Presença, pelos grandes amigos que ela colocou na senda de sua vida...
Que você escute o “Oran Mor”** em seu coração.
Que os seus olhos brilhem muito quando você ler essas linhas...
P.S.:
Ah, que os nossos corações se encontrem...
Aqui, nessas linhas, por obra e graça da Presença***.
Você, o leitor; e eu, o escritor, escutando, juntos, o “Oran Mor”...
Com nossos corações.
E que assim seja!
Paz e Luz.
(Dedicados aos meus amigos de Caxias do Sul e Veranópolis, na serra gaúcha: Tania Lima, Antonio de Cesaro, Elizandra Nunes, Neusa Brugero, Élio J. Chilanti, Patricia Tofoli Manini, Endinara Fabiana Siqueira, Ewelise Weber, Priscila Maria Favaro, e a todos da família do Aldo e da Leor; e também aos meus amigos Marco Antonio Petit e Marcos Malvezzi, e ao casal baiano Sergio e Tania Mota Nogueira Reis).
- Wagner Borges – voando com gratidão...
São Paulo, 03 de novembro de 2010.
- Notas:
* Há uma série de sete Orações da Presença publicadas no apêndice do meu livro “Flama Espiritual”. Então, essa aqui é a oitava (ou, talvez, a primeira de uma segunda série a ser realizada, por obra e graça da Presença.)
** Oran Mor, traduzido como “A Grande Melodia”, é o que existe de mais próximo sobre o mito da criação celta. Diz-se que o Oran Mor começou no silêncio, quando nada existia ainda. Depois a canção começou. A vida foi tocada na existência, e a melodia continuou desde então, para aqueles que a ouvem...
** A Presença – metáfora celta para o Todo que está em tudo. Quando os antigos iniciados celtas admiravam os momentos mágicos do alvorecer e do crepúsculo, costumavam dizer: “Isso é um assombro!” E assim era para todas as coisas consideradas como manifestações grandiosas da Natureza e do ser humano. Ver o brilho dos olhos da pessoa amada, a beleza plácida da lua, a alegria do sorriso do filho, ou o desabrochar de uma flor eram eventos maravilhosos. Então, eles ousavam escutar os espíritos das brumas, que lhes ensinaram a valorizar o Dom da vida e a perceber a pulsação de uma PRESENÇA em tudo.
A partir daí, eles passaram a referir-se ao TODO QUE ESTÁ EM TUDO como a PRESENÇA que anima a Natureza e os seres. Se a luz da vida era um assombro de grandiosidade, maior ainda era a maravilha da PRESENÇA que gerava essa grandiosidade. Perceber essa PRESENÇA em tudo era um assombro! E saber que o sol, a lua, o ser amado, os filhos, as flores e a Natureza eram expressões maravilhosas dessa totalidade, levava os iniciados daquele contexto antigo da Europa a dizerem: “Que assombro!”
Hoje, inspirado pelos amigos invisíveis celtas, deixo registrado aqui nesses escritos o “terno assombro” que sinto ao meditar na PRESENÇA que está em tudo. E lembro-me dos ensinamentos herméticos inspirados no sábio estelar Hermes Trismegisto, que dizia no antigo Egito: “O TODO está em tudo! O Inefável é invisível aos olhos da carne, mas é visível à inteligência e ao coração.”
O TODO ou A PRESENÇA, tanto faz o nome que se dê. O que importa mesmo é a grandiosidade de se meditar nisso; essa mesma grandiosidade de pensar nos zilhões de sóis e nas miríades de seres espalhados pela vastidão interdimensional do Multiverso, e de se maravilhar ao se perceber como uma pequena partícula energética consciente e integrante dessa totalidade, e poder dizer de coração: “Caramba, que assombro!”
Obs.: Enquanto eu passava essas linhas a limpo, lembrei-me de um texto do mestre búlgaro Mikhael Aivanhov. Segue-se o mesmo logo abaixo.
  
  
  
VIVAM NA POESIA

- Por Omraam Mikhaël Aïvanhov -
Andando pelas ruas e lojas, tomando o trem, o ônibus ou o metrô, vemos praticamente por toda parte apenas rostos desanimados, tristes, tensos, fechados, revoltados. Não é um belo espetáculo! E ainda que não tenhamos nenhum motivo para estar tristes ou infelizes, somos assim desagradavelmente influenciados: voltamos para casa com um mal-estar que transmitimos a toda a família. É essa a vida lamentável que os seres humanos estão continuamente criando uns para os outros.
Por que não se esforçam por apresentar sempre um rosto aberto, sorridente, luminoso? Eles não sabem como viver essa vida poética graças à qual poderão ficar maravilhados uns com os outros. A verdadeira poesia não está na literatura, a verdadeira poesia é uma qualidade da vida interior. Todo mundo gosta de pintura, de música, de dança, de escultura, das artes; por que então não fazer com que a própria vida interior fique em harmonia com essas cores, esses ritmos, essas formas, essas melodias?
É a poesia que amamos nos seres e que neles buscamos: alguma coisa leve, luminosa, que precisamos contemplar, sentir, respirar, algo que acalma, que harmoniza, que inspira.
Mas, quantas pessoas, que ainda não compreenderam isso, vivem sem jamais se preocupar com a impressão penosa que causam nos outros!
Lá estão elas, desagradáveis, mal-humoradas, com os lábios cerrados, as sobrancelhas franzidas, o olhar desconfiado, e ainda que tentem melhorar sua aparência exterior com toda espécie de truques, sua vida interior prosaica, comum, sempre transparece.
A partir de agora, então, deixem de relegar a poesia aos poetas que a escrevem. A vida que levam é que deve ser poética. Sim, a arte nova significa aprender a criar e propagar poesia em torno de si, ser caloroso, expressivo, luminoso, vivo!
(Texto extraído do excelente livro “Regras de Ouro Para a Vida Cotidiana” - Omraam Mikhaël Aïvanhov  - Editora Nova Era.

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